sábado, 30 de abril de 2011

E AGORA ... PLEBEUS ? ? ?



Se fosse a Inglaterra um país indesejado pelas classes dominantes capitalistas globais o casamento do princípe William e de Kate Middleton estaria sendo duramente questionado, o fato de ainda persistir por aquela terra uma realeza seria apontado como uma aberração detestável que deveria ser varrida da face da terra para todo o sempre e a ostentação em meio ao aumento da precariedade da vida da maioria do povo com os cortes do governo seriam contrastados e evidenciados repetidamente até a exaustão. 

A postura da mídia terceiro-mundista, e em particular a brasileira, é exatamente o oposto de tudo isso. O casamento real é apresentado como um "conto de fadas" a ser venerado e invejado pelas mulheres de todo o mundo, a ostentação é celebrada como parte desse "sonho" e o casal tem o seu suposto lado "simples" destacado. Apelam à emoção para fugir à razão! 

O casamento real permitiu às classes dominantes inglesas desviar um pouco o foco de sua atual política de ataques a classe trabalhadora de seu país. O governo britânico, após socorrer os banqueiros e grandes empresários , está promovendo agora um corte de 81 bilhões de libras (130 bilhões de dólares)  que afetará as áreas sociais, a previdência, os serviços públicos e promoverá o desemprego de meio milhão de pessoas. Não foi por acaso que no último dia 26 de março uma multidão tomou as ruas de Londres em protesto. 

Por outro lado o primeiro ministro, David Cameron, garantiu que seu governo não promoverá cortes de verbas para o casamento do príncipe. É verdade que o pacote do governo chegou a atingir algumas extravagâncias da Rainha Elizabeth, principalmente no ano passado. Mas nem se compara com a patrola que está aniquilando o padrão de vida dos trabalhadores ingleses que cada vez mais mergulham em uma pobreza "Vitoriana". Enquanto isso, em 2009, a Rainha chegou ao ponto de ter que pedir mais dinheiro ao governo, além do que já recebe por ano, para cobrir seus gastos.

A monarquia, ao invés de questionada, é festejada por sua suposta "abertura" à modernidade. Claro, questionar a realeza significa ir nas raízes do arranjo político que manteve essa classe parasitária no interior da sociedade. E isso será constrangedor, ainda mais em se tratando de um país "modelo".

Este conto de fadas faz parte do reforço e do relançamento da própria monarquia. O auge dos escândalos envolvendo o pai de William e primeiro na linha da sucessão ao trono, o príncipe Charles, foi também acompanhado pelo crescimento do descontentamento com este sistema. Hoje há um crescente movimento republicano na Inglaterra, com uns 14 mil militantes; o Republic, quer intensificar o debate e convocar um plebiscito para discutir a permanência da monarquia. Uma pesquisa divulgada pelo jornal The Guardian (que é a favor da república) mostrou que cerca de um terço dos ingleses quer mudar o sistema, enquanto 70% consideram que a monarquia ainda é relevante para a Inglaterra.

 Há aqueles que pensam ser necessário, nos dias atuais, um conto de fadas consolador para o povo. Este é o papel que a mídia  desempenha com agrado. Ela já faz isso cotidianamente com a bisbilhotagem em torno da vida dos ricos e das celebridades e nunca perde a oportunidade de aumentar a dose quando tem como protagonista um casal real de verdade.

Bem meus amigos ,na minha opinião mais um golpe na classe menos privilegiada da nossa sociedade como um todo ,a classe que com a força do seu trabalho e o valor dos seus impostos luta para manter um país .

Uma ótima semana e um grande abraço , Alex .

Um comentário:

  1. Muitas mulheres queriam um casamento como este, por mais que a inglaterra seja cheia de não me toque eu achei bonito o casamento em si! Saiu um pouco do cotidiano, e se for pensar não é algo que acontece todos os dias já pensou se fossem televisionar todos os casamentos do Brasil iria ter programa de noivos o dia inteiro rsrsr acabaria por ser rotineiro rs
    Mas adorei seu post.. Grande beijo!

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