Em meu dia a dia conheço algumas pessoas que têm receio, até pânico e medo, de viajar de avião. Mas até o naufrágio do navio Costa Concórdia, no litoral italiano, não havia encontrado ninguém que apontasse qualquer preocupação de embarcar em um cruzeiro.
Dois são os motivos mais prováveis para esta confiança: o baixo índice de incidentes trágicos na navegação turística, e o alto nível de segurança dos equipamentos sofisticados dos modernos transatlânticos.
Logo que os noticiários publicaram a tragédia, me veio a imagem de comparação com o Titanic, mas com outra imagem contrária, a do capitão do navio, sendo agora responsabilizado pelas autoridades.
O que este naufrágio tem a nos ensinar ?
O que vem a surpreender é que um ato aparentemente irracional de um comandante, destrua um prodígio náutico, símbolo do consumismo de nossa época. O que deve ser levado em conta aqui nunca é o navio, e sim, claro as vítimas... Mas o que é derrubado, o que realmente afunda são as nossas certezas sobre à técnica. Como este imenso bólido aquático, com todo o seu sistema de proteção, afundou aos nossos olhos?
A resposta penso está no individualismo obsessivo do mundo capitalista atual, do cada um por si em seu quadrado, onde pode-se encontrar até um capitão de navio, responsável por milhares de vidas, que desafia as regras, arrisca a sua vida e a de todos a bordo, por uma manobra mal sucedida. E na evacuação, em um ato covarde, disposto a deixá-lo antes da hora - colocando fim a ideia de cumprimento do dever.
Devemos fazer o certo, o caminho do dever é árduo, mas é o único que nos diz que somos seres livres, capazes de fazer escolhas não por nossos instintos mas pela certeza de realizar o que é bom, justo e perfeito.
Fica aqui, também a lição de que quanto mais espetaculares inventos criamos, mais frágeis nos tornamos. Frente a esta tragédia, é preciso lembrar que só fortalecendo o homem - seu caráter, sua consciência - e não seus inventos,que se fará a diferença.
Tenham uma ótima semana, fiquem com Deus e um grande abraço, Alex.
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