sábado, 19 de fevereiro de 2011

CRACK E AGORA ???





O crack é uma droga tão terrível ,que quando surge uma boa noticia de recuperação de dependentes , autoridades e especialistas relutam em divulgá-la ,temendo que possa servir de estímulo ao consumo .


 É o caso agora ,de uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ,que acompanhou durante 12 anos 107 usuários da pedra .O resultado do estudo confirma os danos : ao final do período estipulado para a pesquisa ,25% dos viciados estavam mortos ,12% presos e 20% continuavam dependentes .Mas 40% haviam parado de consumir a droga .


Todos os vitoriosos passaram por períodos de internação e tratamento ,receberam o apoio de suas famílias e lutaram muito até recuperar a autoestima .Na maioria dos casos ,envolveram-se com alguma atividade profissional gratificante ou mesmo alguma religião que lhes despertou valores espirituais .


O importante é que estão longe do vício e livres do rótulo de irrecuperáveis !


Droga de efeito devastador ,o crack vicia logo na primeira experiência e em pouco tempo se torna um fator destrutivo não apenas para a saúde do usuário ,mas também para sua vida familiar e social .


O dependente perde o interesse pelas atividades rotineiras ,abandona o emprego ou a escola ,gasta tudo o que tem e ,na falta de recursos para alimentar o vício ,não é raro que comece a furtar objetos de valor ,até mesmo de sua própria casa .Passa também ,a ter um comportamento anti-social ,briga com amigos e familiares ,envolve-se com marginais .


A pesquisa da Unifesp mostrou também que 43% dos usuários tiveram passagem pela policia ,e a maioria dos que morreram também foi vitimada pela violência .


Já os que sairam do poço tiveram em comum ,além da força de vontade pessoal ,a sorte de encontrar tratamento eficiente ,profissionais dedicados e familiares  compreensivos .


O estigma da irrecuperabilidade faz com que até mesmo profissionais da saúde se sintam menos motivados em ajudar dependentes de crack .Neste sentido  ,o estudo recém divulgado dá uma grande contribuição à luta contra essa droga letal .


Mas claro ,a principal e mais eficaz forma de combater o crack continua sendo a não experimentação .Nenhum antídoto é tão poderoso quanto a palavra " Não " .Porém ,as pessoas que caem na armadilha ,não devem ser abandonadas .Pelo contrário ,por mais difícil que pareça ,é preciso fazê-las acreditar que sempre existe uma saída digna para quem persiste .


Também o poder público precisa tirar lições deste estudo criterioso da Universidade paulista .


A primeira porta de saída ,sem qualquer dúvida ,é o tratamento médico competente ,com internação prolongada e acompanhamento dos efeitos físicos e psicológicos da droga .Sem esta internação , feita por clínicas especializadas ,não há milagres .Por isso ,o Estado tem o dever de investir na ampliação de vagas para dependentes de drogas ,especialmente para as vítimas do crack .E a internação é só o início ,pois os pacientes costumam ter recaídas frequentes .Mas há salvação .


Uma ótima semana e que Deus nos ilumine a todos ,um grande abraço ,Alex .




2 comentários:

  1. Pois é Alex.

    Precisamos nos libertar dos estereótipos e clichês que só alimentam o preconceito. O tratamento é difícil, mas a “cura” não é impossível. As autoridades e toda a sociedade precisam assumir suas responsabilidades para vencermos essa epidemia nefasta, que afeta a todos e não apenas os viciados e suas famílias.

    Um abração.

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  2. Olá Alex,

    Fico muito contente com esta noticia, ela apresenta um percentual de recuperação muito maior do que eu achava possivel. O amor e a perseverança são a chave junto com tratamentos adequados. Apenas o tratamento é pouco, assim aomo apenas o amor dos seus, já que eles não teriam idéia de como proceder. A perseverança é indispensável seja por parte da familia, do viciado, e dos profissionais que atente a estes doentes.
    Este estudo aponta uma luz no fim do tunal, ainda assim não acredito que estejam totalmente errados quanto a não divulga-lo, estaria passando a impressão de que é facil se libertar e quebraria a imagem que produzem hoje por meio das campanhas, mas aí entra a questão: O que é melhor? Combate-lo pelo medo, como é feito hoje, ou, pelo esclarecimento que seria divulgar, por exemplo este estudo. É uma decisão muito dificil, pois coloca vidas em jogo!

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