sábado, 24 de setembro de 2011

SER OU PARECER, ESTA É A QUESTÃO !!!



Como já foi dito por Shakespeare " Ser ou Não Ser está é a Questão " ,a frase que ele usaria hoje seria outra : Ser ou Parecer está é a Questão ! Dizem que ninguém mais dá a mínima para o que é, só para o que tem. Exagero. As pessoas ainda se preocupam com o que são. O problema é que não gostam do que são. Gostariam de ser outra coisa. E aí entra o verbo que está no topo das paradas hoje em dia: Parecer.


Tem gente que quer parecer rica, e adota um padrão de vida que não condiz com a sua realidade. Pra manter a fachada de bem-nascida, acaba colecionando dívidas e queimando seu nome na praça. Nos eventos sociais, pode até ser a mais fotografada, mas para os comerciantes com certeza não, é a rica mais sem crédito das colunas.


Tem aqueles que querem parecer mais bem relacionados do que são, e se enturmam, forçam intimidade e grudam feito chiclete em pessoas que mal conhecem, só para descolar um convite para uma festa, um show, uma estreia, qualquer lugar que o projete.Os que querem parecer mais cultos do que são, você sabe, são aqueles que nunca foram além do prefácio do livro e é o que basta para olharem a ralé de cima para baixo, como se fossem portadores da sabedoria universal.

Há os que querem parecer mais jovens do que são: bom, quem não gostaria? É uma dádiva parecer ter cinco anos menos, sem esforço. A genética é mais generosa com uns do que com outros. Não tento mais adivinhar a idade de ninguém: sempre erro, já que todo mundo parece ter bem menos. Mas se você tem 55 e parece ter 55, não é o caso para enfiar a cabeça dentro do forno, e sim que demonstra estar em paz consigo mesmo.



Os casos mais tocantes, no entanto, são os daquelas pessoas que querem parecer mais felizes do que são. O recurso adotado: mentem.O casamento delas está uma lua de mel, os filhos só dão alegrias, são muito requisitadas no trabalho, os amigos não param de telefonar, a vida tem sido um passeio num campo florido, e fica sem explicação aquele olhar melancólico, o sorriso forçado, a exaustão de ter que passar o falso entusiasmo adiante, como se não tivéssemos condições de perceber seu verdadeiro estado de espírito, que é coisa que se transmite sem palavras. Ver alguém se esforçando para parecer feliz é das situações mais constrangedoras que se pode testemunhar.

Está triste? Esteja! Não é rico, nem jovem, nem belo? Nem por isso ficará sozinho. Pessoas não se apaixonam por um lugar-comum de modelos padrão, mas pela singularidade de cada um, pela capacidade de ser surpreendido, pela sedução que o incomum provoca. Uma pessoa que se preocupa em “parecer” já está derrotada mesmo antes do jogo começar.Dá valor demais à opinião dos outros, não age conforme a sua própria vontade, não se assume do jeito que é, inventa personagens para si mesmo e acaba se perdendo justamente deste “si mesmo”, que fica órfão. Quer parecer mais inteligente? Comece admitindo que não sabe nada sobre nada e toque aqui: ninguém sabe.

Fiquem com Deus, uma ótima semana e um grande abraço, Alex.

sábado, 17 de setembro de 2011

FÉ ,DO ANONIMATO AO ESTRELADO !!!



Dos corredores de muitos colégios ou casas religiosas, havia um que guardava uma discrição diferenciada: a clausura. Todos que por ali conviviam, fosse no dia a dia, ou em momentos de visitação, sabiam que aquela ala era reservada aos membros do clero. Pouco mais do que isto se conhecia, contudo era do imaginário comum que ali os sacerdotes se revigoravam espiritualmente.  As batinas longas e escuras combinavam bem com o clima de recolhimento tão presente naquele corredor que enfileirava quartos simples e silenciosos.


Hoje, ao invés da tarjeta “Clausura”,  faísca a lâmpada de “No ar” na antessala do palco de espetáculos. Ao invés dos padres confessores, ouvintes e orientadores, enumeram-se crescentemente os padres-shows, disputando recordes em vendas de discos, livros e participação em programas de auditório. Do recato de um ouvido atento, os artistas da fé deslocam-se velozes por “asas” de aeroportos, a tempo de, gentilmente, atender a um pedido de autógrafo ou uma foto sorridente. Não se fala mais tanto em pessoas atendidas, mas em público contabilizado.


O ritual da clausura se confinou a resquícios de tempos passados, dando passagem à superexposição, como se hoje as pessoas dispensassem o aconchego do enlace, atenção, cuidado, orientação pessoal para o cultivo frenético do coletivo, massificado.
Se perdeu o mistério? Se desencontrou no corre-corre da virtualidade o exercício do ministério? Onde ficou a essência, existência?Não há como, e seria não apenas fora de época, mas indesejada, uma volta ao corredor do silêncio, do qual se refletiam profundas emanações de devoção. 


Contudo, tão ou mais fora de compasso e enganadora é a atitude de não refletir seriamente sobre o que está ocorrendo, até para prospectar o seu, o nosso futuro.
Enquanto igrejas e templos se transformam em palcos, nossos braços estão cansando de se erguer e o aplauso automatizado já nos dói nas mãos.
Fiquem com Deus, uma ótima semana. Um grande abraço, Alex .

sábado, 10 de setembro de 2011

HOJE ,A NOVA LEGALIDADE !!!



Um dos assuntos mais falados recentemente no Táxi é a lembrança da passagem dos 50 anos do movimento para fazer valer o princípio da legalidade no território nacional. Vale lembrar que o fato motivador do acontecimento político foi para garantir o direito constitucional do vice-presidente a tomar posse como chefe maior da nação em razão da renúncia do então presidente eleito. Havia suspeitas do alinhamento do vice com os dirigentes do temido bloco dos países comunistas. O maior temor era por parte dos americanos-do-norte, que não queriam de forma alguma ter seus interesses ameaçados no continente. Tentaram, mas não conseguiram escantear a Constituição da República.

O movimento pela legalidade conseguiu vingar com muito esforço, valentia e perseverança de seus integrantes. Não éramos e não somos uma republiqueta de bananas que qualquer um vá chegando e faça o que bem entende.Saber sobre o passado recente do país é importante para os cidadãos que hoje circulam pelo mesmo chão daqueles que marcaram sua época.

Hoje, mais do que nunca, faz-se necessário para nós, brasileiros, o ecoar do brado retumbante pela garantia da entrada em vigor do princípio da ética e da moralidade e pela expulsão da corrupção e dos corruptores já.Os recentes acontecimentos no cenário político do nosso país confirmam essa afirmação. Para mudar o cenário atual, não é suficiente aumentar a fiscalização e demitir os responsáveis pela má administração da coisa pública. Isto é um paliativo, basta uma releitura dos noticiários sobre o tema nos últimos anos e veremos que mudaram os personagens, mas a peça teatral é a mesma.

Isso em parte esclarece o motivo de muitos indivíduos inconformados partirem em busca de soluções fazendo uso de meios ilícitos ou desonestos. O que nasceu bom acaba por se tornar ruim. Que vençam os mais espertos e ardilosos é a norma que impera no mercado. Foi-se o tempo em que a força de vontade, o empenho nos estudos e no trabalho eram suficientes para a realização dos sonhos dos trabalhadores.

A classe trabalhadora, ampla maioria da população nacional, pode não ter suficiente cultura escolar, mas possui o conhecimento e a experiência adquirida na dureza do dia a dia da vida que ajuda a enxergar bem mais além daquilo que é ensinado em sala de aula. Por tudo isso, merece ser respeitado.

Os valores relativos a ética, moral e cívica, respeito ao direito do próximo e dignidade humana são disciplinas que necessitam ingressar urgentemente nos currículos escolares. Aprender matemática, português, geografia e história são conhecimentos válidos para o vivente situar-se no tempo e no espaço, todavia, não estão garantindo à população as condições para se tornarem cidadãos de fato e de direito.

Qual é o problema? O que está a impedir a entrada em vigor da moralidade e do banimento dos corruptores de uma vez por todas? Qual a ameaça que paira no ar? Só falta dizer que são princípios de caráter de difícil interpretação.

Estão esperando que a população vá para as ruas protestar, para depois acionar a segurança pública visando reprimir os “comunistas baderneiros”. O povo brasileiro não merece. Uma ótima semana, fiquem com Deus. Um grande abraço, Alex.

sábado, 3 de setembro de 2011

LEITURA ,IMPORTÂNCIA E DIFICULDADES !!!




Ouço seguidamente no táxi a perplexidade dos pais em relação a leitura e a interpretação de textos de seus filhos. Os jovens vivem atualmente com tantas facilidades da mídia eletrônica, televisiva,e também editorial, que trazem as informações e as literaturas de forma muito mais detalhada, ilustrada e interativa, levando-os a ter menos contato com os livros. Sem este contato os jovens não conseguem decifrar o que está subentendido nos textos, prendendo-se somente à superfície das palavras. 

Muito se tem falado ultimamente sobre a importância da leitura. São várias as preocupações de pais e educadores no que se refere às exigências sociais associadas a ela, seja em função de atividades profissionais que exigem domínio da linguagem escrita, comunicação verbal eficiente, boa redação, entre outros aspectos; ou em função de necessidades mais gerais, relativas à inserção social, o que demanda saber ler diferentes tipos de texto, estar bem informado, ou saber utilizar o nível de linguagem adequado a diferentes conversas.

Ainda que existam, hoje, muitas mídias que viabilizam o acesso rápido e irrestrito a informações úteis para a vida cotidiana, o texto escrito é ainda o meio fundamental de obtenção do conhecimento, uma vez que ele oferece ao leitor possibilidades de interpretação e, portanto, maior autonomia. Quando lemos, também construímos os sentidos, pensamos livremente, elaboramos nossas indagações e recusamos, confirmamos e/ou redefinimos respostas. O leitor é aquele que reescreve o significado do texto a partir de sua interação com as intenções de quem escreveu.

Se a leitura é de tanta importância em nossas vidas, a constatação de que nossos filhos leem mal desperta grande inquietação, além do desejo de ajudá-los no processo de aquisição da capacidade de ler com eficiência e inteligência.

O primeiro passo para ensinar a ler textos de maior complexidade é justamente o de compreender o quão complexo pode ser, para as crianças e jovens, um texto que para nós, adultos, é relativamente fácil ou óbvio. Nesse processo, não existem o óbvio; o que é claro e evidente para mim nem sempre o é para uma criança. Ela detém um repertório mais restrito, tanto de palavras quanto de experiências.

Ensinar a ler exige a intervenção ou a mediação ativa de quem propõe a leitura, sejam pais ou professores. Tomando o cuidado de não ler para a criança, substituindo sua experiência de leitura, é preciso ler com a criança, questionando-a sobre passagens que ocultem os subentendidos importantes para a compreensão global do que se lê, além de estabelecer relações de significado que, de outro modo, passariam despercebidas.Assim, estaremos ensinando que ler é mais do que decifrar letras: ler é pensar sobre o que se lê. E isso fará toda diferença no futuro.

Outro elemento importante para permitir o aprendizado desta atividade é possibilitar o acesso da criança à maior variedade possível de textos, em diversas situações sociais de leitura. Charges ou tirinhas de jornal, por exemplo, muitas vezes não são compreendidas pelos mais jovens. “O que tem de engraçado aqui?” perguntam-se. Isso ocorre quando o efeito de humor passa por um dado cultural desconhecido pelo jovem leitor; esse dado pode ser apenas uma palavra de duplo sentido, ou até mesmo um pressuposto que exige o reconhecimento de fatos políticos ou históricos. Propagandas estabelecem relações de sentido que podem ser inferidas de acordo com a intenção daqueles que as produziram e com o público a que se destinam os produtos. Uma notícia pode ser escrita com diferentes intenções, visando fins que não são apenas o de informar. Da mesma maneira, um artigo de opinião pode refletir tendências ideológicas do periódico que o publica. 

Compreender essas relações não é fácil, nem pode ser dado como pré-requisito. Ninguém sabe tudo de antemão; ou seja, a criança precisa ser ensinada a ler com profundidade. Ao questionarmos nossos filhos sobre todas essas complexidades, em diversas situações sociais, estaremos evidenciando a eles que ler envolve “um montão de coisas”, o que provavelmente os induzirá a lerem não só com maior atenção, mas também de modo mais inteligente.

Por último, mas não menos importante. A atitude do adulto diante da leitura deve ser positiva, se ele quer influenciar o jovem a ler mais e melhor. Essa postura positiva envolve necessariamente um envolvimento afetivo com o que lê. O adulto é quem oferece um modelo de leitura para o aluno-leitor, servindo-lhe de exemplo e espelho. Caso a criança não reconheça nas atitudes do adulto, seu modelo, a importância da leitura, qualquer estratégia será em vão. Continuamos ensinando melhor por nossos exemplos que por nossos discursos.
Uma ótima semana, fiquem com Deus. Muitas leituras e um grande abraço, Alex.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...