sábado, 27 de agosto de 2011

EM BUSCA DA FELICIDADE !!!



Talvez uma das afirmações de maior consenso seja a de que estamos sempre em busca da felicidade, independentemente de como a entendemos. Mas como podemos buscar ou desejar algo que não sabemos muito bem o que é? 

Certamente temos noções do que a compõe: paz de espírito, amar e ser amado, sucesso profissional, reconhecimento social, boas amizades, apenas para citar alguns 
componentes – mais importantes para alguns, menos para outros – do mosaico do que
entendemos popularmente por felicidade.

Nos últimos anos, especialmente no universo acadêmico, com destaque para a Psicologia e Economia, foram publicadas várias obras que procuram delinear mais adequadamente o tema da felicidade, torná-la mais compreensível e, inclusive, mensurável, para que, de certa forma, se torne previsível. A tentativa de medir a felicidade ou decompô-la em variáveis quantitativas não é a única novidade desse campo de estudo em desenvolvimento. 

De acordo com Matthew Pianalto,em seu artigo “Happiness, virtue and tyranny”, publicado na Philosophy Now (n. 68, 2008), um fato inédito envolvido na concepção contemporânea de felicidade é a noção de “bem-estar subjetivo”, ou seja, a percepção da pessoa acerca do quanto ela está bem ou satisfeita com sua vida. 
De acordo com essa abordagem, uma pessoa feliz é uma pessoa “psicologicamente” feliz, e os estudiosos desse campo procuram investigar que tipo de coisas, situações e escolhas podem propiciar esse estado. Adicionalmente, prossegue Pianalto, a tendência é que as pessoas sejam apenas relativamente felizes. Assim, a felicidade é entendida como subjetiva, relativa, confundindo-se com um tipo de estado mental e sentimental, e fortemente dependente do ambiente e contexto social. 

Entretanto, alerta Pianalto, há outra abordagem, que descende dos antigos filósofos gregos. Nessa, a ênfase é no “bem estar objetivo”, isto é, nos aspectos concretos para uma verdadeira vida feliz. Essa abordagem interessa-se pela natureza de uma 
boa vida e, para isso, recomenda a dedicação ao desenvolvimento de virtudes ou excelências, de tal modo que a vida melhor e mais feliz corresponda à vida mais 
excelente. 

Um exemplo dessa abordagem é o de Aristóteles. O autor grego identifica duas 
excelências no ser humano: a excelência intelectual e a moral. A primeira é alcançada por meio da instrução, da aprendizagem, que por sua vez, é exercitada
pelo estudo e pela leitura. A segunda é produto do hábito, que se aperfeiçoa exclusivamente pela atividade. Podemos dizer que a moral é mais um “hábito do coração” do que um “hábito intelectual”, aproximando-se do que os gregos denominavam philokalía, ou “amizade pelas belas ações”. 


Em decorrência, para que uma pessoa aja moralmente ela deve aprender por meio de sua própria acão moral:
Adquirimos a excelência moral pelo fato de a termos efetivamente praticado, tal como nas artes. Não é por meio de códigos escritos, treinamentos de final de semana
ou cursos que se adquire a excelência moral, mas na convivência com pessoas que ajam moralmente e incentivem as outras pessoas a agir da mesma maneira.
   
Aristóteles ainda enfatiza que a felicidade não pode ser considerada um estado mental porque uma pessoa dormindo poderia estar em algum estado mental em particular, como um sonho agradável, e por isso, ser considerada feliz, o que para o filósofo seria um absurdo. A felicidade ,então requer esforço de nossa parte e é mais bem entendida como uma atividade de desenvolvimento de nossas potencialidades, correspondendo, assim ao aprimoramento pessoal das excelências moral e intelectual.

Portanto, as duas abordagens da felicidade são diferentes. Pianalto salienta isso da seguinte forma: se alguém nos perguntar o quanto somos felizes, consideraremos que  estamos sendo questionados sobre o modo como nos sentimos em relacão à nossa vida.Se a mesma pergunta fosse dirigida a Aristóteles, estaria pedindo a ele que fizesse uma avaliação moral de sua vida. 

A primeira abordagem – do bem-estar subjetivo – não precisa necessariamente recorrer a conceitos morais ou critérios objetivos para avaliarmos o quanto somos felizes e, provavelmente, avaliaremos nossa felicidade em termos de eficiência na satisfação de nossos desejos e objetivos individuais. A segunda abordagem, ao contrário, avalia a eficiência do controle sobre nossos desejos e educação sentimental para que aflorem nossas virtudes. 

Apesar de serem diferentes, Pianalto acredita que há possibilidade de alguma relação entre as duas abordagens. Parece que agir moralmente contribui para a felicidade psicológica: fazer o bem pode fazer com que nos sintamos bem. No entanto, há casos em que tentamos agir virtuosamente, mas um resultado inesperado pode fazer com que nos sintamos culpados, por exemplo. Outra maneira de se considerar essa relação é sugerida pelo terapeuta Viktor Frankl e pelo filósofo Peter Singer. Ambos salientam a busca do sentido da vida como uma motivação primária do ser humano. Resumidamente, são colocados três critérios suficientes que propiciam o significado da existência para um indivíduo: ter um projeto de vida; sustentar compromissos ou buscas em longo prazo; e traçar objetivos mais amplos que os próprios interesses.

Em uma só palavra: felicidade !
Uma ótima semana ,fiquem com Deus e um grande abraço ,Alex . 







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